DISPUTAS SOBRE O DIREITO E A CONSTITUIÇÃO: “BREQUE DOS APPS”, ENTREGADORES ANTIFASCISTAS E GREVE POLÍTICA
DOI:
https://doi.org/10.5281/zenodo.5500582Palabras clave:
Constituição. greve política; “breque dos apps”. “Entregadores Antifascistas”. Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988.Resumen
O artigo aborda as disputas sobre os sentidos do direito de greve por meio da articulação de dois momentos históricos que, embora distintos e temporalmente distantes, relacionam-se ao problema dos usos da Constituição de 1988. O primeiro deles é a greve dos/as trabalhadores/as de aplicativos digitais de entrega, o “breque dos apps”, com destaque para a atuação dos Entregadores Antifascistas. O segundo remete ao ciclo de greves iniciado em 1978 no ABC paulista e aos debates na Assembleia Nacional Constituinte de 1987/1988. O texto aponta a indissociabilidade entre direito, economia e política no contexto de uma greve, em especial quando a luta por condições dignas de trabalho se aprofunda e se dirige à relação entre Estado, economia e sistema de gestão da força laboral. Critica, assim, o conceito de greve política utilizado pela jurisprudência trabalhista. Indica também a possibilidade de se desenvolver a noção de uma dimensão constituinte presente no “breque dos apps”.
Descargas
Citas
MACHADO, Sidnei. “Condições de trabalho de entregadores via plataforma digital durante a Covid-19”. Revista Jurídica Trabalho e Desenvolvimento Humano, Campinas, Edição especial – Dossiê Covid-19, 2020, p. 1-21.
ABÍLIO, Ludmila Costhek. “Uberização: Do empreendedorismo para o autogerenciamento subordinado”. Psicoperspectivas, vol. 18, n. 3, novembro 2019, p. 1-11.
ABRAMO, Laís Wendel. O resgate da dignidade: greve metalúrgica e subjetividade operária. Campinas, SP: Unicamp, São Paulo, SP, 1999.
ANTUNES, Ricardo. A rebeldia do trabalho - o confronto operário do ABC paulista: as greves de 1978/1980. 2ª ed. Campinas: Unicamp, 1992.
ANTUNES, Ricardo. O Novo Sindicalismo no Brasil. Campinas: Pontes, 1995
BRAGA, Ruy; SANTANA, Marco Aurélio. “#BrequeDosApps: enfrentando o uberismo”. Blog da Boitempo, 25.7.2020. Disponível em https://blogdaboitempo.com.br/2020/07/25/brequedosapps-enfrentando-o-uberismo/. Acesso em 11.12.2020.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Comissão de Sistematização. Anteprojeto de Constituição. Vol. 219 (errata no vol. 220). Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1987.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Comissão de Sistematização. Projeto de Constituição. Vol. 223. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1987.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Comissão de Sistematização. Projeto de Constituição. Primeiro Substitutivo do Relator e Parecer. Vol. 235, Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1987.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Comissão de Sistematização. Projeto de Constituição. Segundo Substitutivo do Relator. Vol. 242, Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1987.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Trabalho comparativo entre o projeto de constituição (A) com as emendas substitutivas oferecidas pelo “Centrão” e os destaques sobre o texto e as emendas individuais, populares e coletivas. Vol. 276. Brasília: Centro Gráfico do Senado Federal, 1988.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 213ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XIV), Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Anais, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 307ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XXI), Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Anais, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 308ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XXI), Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Anais, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 316ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XXII), Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Anais, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 318ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XXII), Brasília: Senado Federal, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 319ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XXII), Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Anais, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Assembleia Nacional Constituinte. Ata da 320ª Sessão da Assembleia Nacional Constituinte (XXV), Brasília: Senado Federal, Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Subsecretaria de Anais, 1988, documento eletrônico.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Recurso Ordinário nº 1001240-35.2017.5.02.0000. Relator Ministro Aloysio Corrêa da Veiga. Brasília, DF, DEJT de 21.6.2018.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Recurso Ordinário nº 1002589-39.2018.5.02.0000. Relatora Ministra Dora Maria da Costa. Brasília, DF, DEJT de 12.12.2019.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Seção Especializada em Dissídios Coletivos. Dissídio Coletivo de Greve nº 1000376-17.2018.5.00.0000. Redator Ministro Ives Gandra Martins Filho. Brasília, DF, DEJT de 17.2.2021.
CARVALHO NETTO, Menelick de, e PAIXÃO, Cristiano. “Entre permanência e mudança: reflexões sobre o conceito de constituição”. MOLINARO, Carlos Alberto; MILHORANZA, Mariângela Guerreiro; PORTO, Sérgio Gilberto (Coords.). Constituição, jurisdição e processo: estudos em homenagem aos 55 anos da Revista Jurídica. Sapucaia do Sul: Notadez, 2007, p. 97-109.
GALVÃO, Andréia. “A greve e as perspectivas do movimento dos entregadores”. Jornal GGN, 14.7.2020. Disponível em https://jornalggn.com.br/a-grande-crise/a-greve-e-as-perspectivas-do-movimento-entregadores-por-andreia-galvao/. Acesso em 1º.12.2020.
GROSSI, Paolo. Mitologias jurídicas da modernidade. Tradução de Arno Dal Ri Júnior. Florianópolis: Fundação Boiteux, 2004.
KOERNER, Andrei. “A História do Direito como recurso e objetivo de pesquisa”. Diálogos (Maringá. Online), v. 16, n. 2, p. 627-662, mai.-ago./2012.
LOURENÇO FILHO, Ricardo. Entre continuidade e ruptura: uma narrativa sobre as disputas de sentido da Constituição de 1988 a partir do direito de greve. Tese de doutorado. Faculdade de Direito. Universidade de Brasília, Brasília, 2014.
LOURENÇO FILHO, Ricardo. “O individual e o coletivo no trabalho por plataformas digitais: possibilidades de compreensão da Constituição a partir da experiência do ‘breque dos apps’”. REJUR (Revista Jurídica da UFERSA), Mossoró, v. 4, n. 8, jul/dez. 2020, p. 72-93.
MACHADO, Sidnei. “Representação coletiva dos trabalhadores em plataformas digitais”. CARELLI, Rodrigo de Lacerda; CAVALCANTI, Tiago Muniz; FONSECA, Vanessa Patriota da (org.). Futuro do Trabalho: os efeitos da revolução digital na sociedade. Brasília, ESMPU, 2020), p. 431-439.
MARTINS, Ives Gandra da Silva. “A estabilidade das instituições e a nova Constituição”. Manuscrito de 4.11.1988. Disponível em http://www.gandramartins.adv.br/artigo/index/p/137. Acesso em 13.7.2013.
MICHILES, Carlos et al. Cidadão constituinte: a saga das emendas populares. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
MOREIRA ALVES, Maria Helena. Estado e Oposição no Brasil (1964-1984). Bauru, SP: EDUSC, 2005.
NORONHA, Eduardo. “A explosão das greves na década de 80”. In: BOITO JR., Armando (Org.). O Sindicalismo brasileiro nos anos 80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991, p. 95-135.
PAIXÃO, Cristiano, LOURENÇO FILHO, Ricardo. “Greve como prática social: possibilidades de reconstrução do conceito a partir da Constituição de 1988”. In: SENA, Adriana Goulart de, DELGADO, Gabriela Neves, e NUNES, Raquel Portugal. Dignidade humana e inclusão social: caminhos para a efetividade do direito do trabalho no Brasil. São Paulo: LTr, 2010, p. 408-424.
PAIXÃO, Cristiano; LOURENÇO FILHO, Ricardo. “O STF e o Direito do Trabalho: as três fases da destruição”. Portal Jota, 29.6.2020. Disponível em: https://www.jota.info/opiniao-e-analise/artigos/o-stf-e-o-direito-do-trabalho-as-tres-fases-da-destruicao-29062020. Acesso em 29.6.2020.
PILATTI, Adriano. A Constituinte de 1987-1988 – Progressistas, conservadores, ordem econômica e regras do jogo. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2008;
REALE, Miguel. “Ainda as greves selvagens”. Manuscrito de 9.10.2004. Disponível em www.miguelreale.com.br. Acesso em 13.7.2013.
ROSENFELD, MICHEL. A identidade do sujeito constitucional. Tradução de Menelick de Carvalho Netto. Belo Horizonte: Mandamentos, 2003.
SEELAENDER, Airton Cerqueira-leite. “A história do direito contemporâneo: um projeto possível?”. Revista da Faculdade de Direito da UFRGS, Porto Alegre, n. 36, p. 20-35, ago. 2017.
TAVARES DE ALMEIDA, Maria Hermínia. Crise Econômica e Interesses Organizados: O sindicalismo no Brasil nos anos 80. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1996.
VIANA, Márcio Túlio. Direito de resistência: possibilidades de autodefesa do empregado em face do empregador. São Paulo: LTr, 1996.
VIANA, Márcio Túlio. “Da greve ao boicote: os vários significados e as novas possibilidades das lutas operárias”. In: DA SILVA, Alessandro; SOUTO MAIOR, Jorge Luiz; FELIPPE, Kenarik Boujikian; e SEMER, Marcelo (coord.). Direitos Humanos: essência do direito do trabalho. São Paulo: LTr, 2007, p. 100-101.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.