POLÍTICAS PÚBLICAS E DESENVOLVIMENTO SOCIAL: ESTUDOS EM HOMENAGEM AO PROFESSOR JACI FERNANDES DE ARAÚJO
Palavras-chave:
Políticas Públicas, Desenvolvimento Social, HomenagemResumo
PREFÁCIO - Rodrigo Freitas Palma
Recentemente, recebi a nobre missão de escrever algumas linhas sobre o nosso estimado mestre Jaci Fernandes de Araújo, ou, para nós, que tivemos o privilégio de conhecê-lo mais de perto, simplesmente “Professor Jaci”.
Nesse sentido e desde pronto, antecipo-me que se trata, sobretudo, de tarefa mui árdua, pois um breve texto como este não seria capaz de sintetizar todo o legado deixado por um homem que marcou seu tempo e a história da educação jurídica em Brasília, a cidade que tanto amava.
Deste modo, buscarei me concentrar em minhas lembranças sobre o célebre autor de “A Lenda, o Milagre: O Sabre de Prestes”, obra com a qual fomos brindados no decorrer do feliz ano de 2011.
Conheci o Professor Jaci no início de 2009. Ele estava, na ocasião, a fazer uma das coisas que mais gostava: discursava aos alunos da Faculdade Processus numa aula magna que eu teria a honra de proferir. Recordo-me que escolhi, à época, o tema de um de meus livros, “O Julgamento de Jesus Cristo”. A partir daquele instante travamos amizade que duraria por todos os anos seguintes. Em nossas conversas pessoais, este assunto lhe parecia ser sempre de grande interesse.
Fato é que ao ouvi-lo na referida ocasião, o que mais me chamou a atenção foi sua paixão. Isto mesmo. Ele não era somente uma pessoa formidável, afável no trato diário para com todos que o rodeavam, gentil e acessível. Ele era, acima de tudo, alguém movido por profundas convicções alimentadas por um “quê” de paixão. Sua oratória impecável era obliterada por uma fala carregada de sentimento que, imediatamente, contagiava a plateia.
Não me olvidarei facilmente de nossas conversas. Aliás, seria pecado fazê-lo. Com ele, por certo, muito aprendi. Os anos se foram, todavia, ainda me recordo dos recados às sextas-feiras, para que, “se fosse possível”, eu viesse a passar em sua sala, “para tomar um cafezinho” e experimentar um queijo fresco que “acabou de chegar” de sua querida terra, o interior de Minas Gerais.
Ora, naqueles momentos, falávamos sobre quase tudo: família, empreendimentos, sonhos, planos, Direito e juristas que ele considerava formidáveis. Por isso mesmo, decidi homenageá-lo aqui com um estudo específico sobre um deles: o gênio da Escola do Recife, Tobias Barreto, sobre o qual conversávamos tantas vezes.
Sentia-me, sobretudo, privilegiado por contar com sua amizade. Ele deixou um lastro de realizações. Este imenso legado era fruto de uma vida rica em propósitos.
O Professor Jaci que conheci era um homem preocupado em realizar sonhos. Alegrava-se profundamente com o triunfo de seus alunos e deles muito se orgulhava. Almejava aos seus o melhor ensino jurídico que eles pudessem vir a ter acesso.
Extremamente culto e erudito, ele foi mais que um jurista: era o homem que retirava da Literatura a poesia para então, revestido de sensibilidade ímpar, poder compreender a vida, seus mistérios e encantos.
Hoje quando passo por sua antessala, inevitavelmente, relembro dessas tantas conversas que tivemos. Certamente, ainda dói ver a porta de seu escritório fechada. Um dia desses, o querido Professor Jaci se foi deixando todos aqueles que o conheceram profundamente consternados.
Nesta tarde dedico, pois, estas palavras aos seus familiares, aos quais tenho em alta estima e consideração. São eles que continuam a materializar esses caros ideais.
Consoante o devido estendo especial agradecimento ao Professor Jonas Rodrigo Gonçalves pelo nobre convite para prefaciar esta obra, e, a ele digo, uma vez mais: este livro não teria vindo a lume sem seus redobrados esforços para tanto.
Por fim, gostaria de assinalar que o Professor Jaci, curiosamente, escolheu a palavra “lenda” para o título de seu livro. Hoje, é justamente seu nome que se faz legendário entre nós.
Brasília, inverno de 2021.